Em primeiro lugar convém que salientemos o que
é uma proposta de governo. Platão, em apologia de Sócrates, dizia ser um
discurso (um plano): “Todo o discurso deve ser construído como uma criatura
viva, dotado por assim dizer do seu próprio corpo”.
De igual modo também deve ser uma proposta de
desenvolvimento do Estado. Como dizia Platão, um projeto de governo – um
discurso - deve ter começo, desenvolvimento e conseqüência. Governar o Acre sem um projeto é improvisação.
Amadorismo político.
A leitura feita nos jornais diários revelam que
os partidos ditos de oposição preocupam-se na valorização da “fulanização” como
método para escolha de possíveis nomes para governar o Estado do Acre, sem,
entretanto, apresentarem um projeto (discurso).
O jornal a Gazeta de sábado (27/07/2013), em
sua página política, na coluna do articulista José Pinheiro, traz a informação
de uma reunião de alguns atores políticos, considerados da oposição, discutindo
“acordos” e nomes para concorrem aos cargos majoritários das próximas eleições
de 2014.
Para nossa surpresa e estarrecimento, a pauta
da reunião era apenas para tratar da
“fulanização” de nomes a serem
submetidos às respectivas convenções dos partidos políticos, visando ao próximo
pleito eleitoral.
Sobre a aludida reunião dos partidos e seus e
articuladores, tivemos a preocupação de ouvir a deputada federal Antônia Lúcia
do PSC/AC. A parlamentar nos informou que declinou do convite para participar
do encontro porque a pauta não contemplava a sua visão da condução do processo
político eleitoral.
Na visão da deputada federal Antônia Lúcia,
antes mesmo de se discutir a “fulanização” há que se apresentar e discutir um
plano (discurso) de desenvolvimento da sociedade acriana, no escopo de retirar Estado da pasmaceira em que se encontra na
atualidade.
Enquanto nessas reuniões dos partidos políticos
ditos de oposição não se colocar como tema de pauta à questão do acesso a universal
educação, a gravíssima questão das drogas que está destruindo às famílias e os
jovens, a segurança pública do Estado, a independência orçamentária,
financeira, patrimonial e contábil das instituições do Estado, a retirada da saúde da UTI e o combate
sistemático à corrupção e os privilégios, não se justifica minha presença
nesses eventos. Não discuto “fulanização”;
discuto programa de governo.
Assiste razão a brava parlamentar acriana! Com
efeito, ao longo dos últimos 16 (dezesseis) anos, em que a oposição vem sendo
derrotada pelo grupo que se encontra no poder, não aprendeu com os seus erros.
Não entendeu que sem projeto (discurso) para
governar o Estado do Acre não há possibilidade de sucesso. Não se engana mais
facilmente ao povo. O povo é capaz de entender e julgar quem não tem discurso.
Valdir Perazzo Leite Lauro Euclides
Viana Fontes